terça-feira, 13 de outubro de 2009

Resposta da Basilica

Apesar das informações que tínhamos sobre o batismo ter sido feito na Basilica de San Marco, recebemos uma resposta negativa.

Seg, Setembro 28, 2009 6:08:17 AM
Archivio storico del Patriarcato di Venezia

Gentile signor Barzani,
a seguito della sua richiesta si è provveduto a controllare il registro di battesimo della parrocchia di San Marco di Venezia per gli anni 1882-1883 (si presume infatti che l'indicazione da lei fornita 1982, 1983 sia un refuso); tuttavia non si è trovata tale registrazione.
Si consiglia di verificare i dati da lei posseduti; nel caso il suo bisnonno sia nato dopo il settembre 1871 può scrivere anche al Comune di Venezia ai seguenti recapiti:

Ufficio centralizzato documentazione anagrafica

anagrafe.venezia@comune.venezia.it

Ca' Loredan - San Marco 4142
tel. 041.2748341



Il direttore

don Diego Sartorelli

Archivio storico del Patriarcato di Venezia
Castello, 4312
tel. 041-5222034; fax. 041-2771942
archiviostorico@patriarcatovenezia.it
www.archiviostoricodelpatriarcatodivenezia.it

sábado, 19 de setembro de 2009

Basilica di San Marco

Ricierca Battesimo Giacomo Barzani o varianti, 1982, 1983

Ciao,


Il mio bisnonno Giacomo era un emigrato italiano in Brasile. La mia nona me ha dito che lui è stato battezzato a la Basilica di San Marco. Io ho studiato in Italia e sono stato a la Basilica ma ancora non lo sapeva! Vorrei gentilmente chiedere se e’ possibile consultare le archivi. La ringrazio per la gentilezza e prego di farmi sapere via email il costo di invio dei documenti e come posso effettuare il pagamento.


Nome: Giacomo Barzani de Marco (o varianti, per favore)

Nato in Italia: 1982, 1983

Madre: Angela Marziga de Marco

Padre: Carlo Barzani de Marco

Grazie e cordiali saluti

Sergio

sábado, 15 de agosto de 2009

Email da tia Ione com excelentes informações

Oi, Ione, que legal receber a sua mensagem. Lembro de ter buscado na ilha, sim, acho que eu tinha uns 20 anos. Estou viajando agora mas com certeza a gente se fala. Tomei a liberdade de postar o seu texto que assim todos os outros recebem e também ficarão felizes (mas tirei os contatos para não ficar exposto). Pus seu email na lista também de forma a receber as novas postagem. O Giacomo é a grafia original italiana. Muito obrigado pelas ótimas informações!

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Prezado Sérgio.

Meu nome é Ione, sou prima de tua mãe, Nathercia. Minha mãe é Paschoalina,irmã de tua avó Leonda,minha querida tia Nêga. Fiquei muito feliz,quando encontrei o material sobre o meu avô Jacomo.O nome correto dele é Jacomo e não Giacomo. As certidões que você apresenta nesta matéria foram doadas por mim. Não sei se você lembra ,quando veio buscá-las, aqui na Ilha do Governador, na minha residência. Não tive o prazer de encontrá-lo, porque estava trabalhando, e não houve como vê-lo.
Bem, convivi com o meu avô até os 6 anos de idade. Lembro muito dele.Tenho lembranças maravilhosas.Ele era uma pessoa boníssima. Ele e minha avó Antonietta tiveram ao todo 18 filhos. Não os conheci, muitos faleceram ainda bebês e, só conheci
9. Eram: a mais velha Hilda, a seguir Valdemira (Mulata), Hilton(Doca), Paschoalina(Lina-minha mãe),Victor,Holanda,Leanda e Leonda(gemeas)e Bruno, o caçula.
Os nomes dos outros filhos, segundo minha mãe sempre recordava, eram: Carlos, foi o 1o., nascido em 1913.Os outros não sei ao certo a ordem :Edsom(Landinho), parece que era entre o Victor e a Holanda,;Veneza, nascida antes das gemeas; Benito,depois do Hiltom; Valdemar(era gemeo com Valdemira, a Mulata),Graciani, e mais 3, mas não lembro seus nomes.

Meu avô Jacomo era de Veneza. Antes de vir para o Brasil,viveu em Paris com a família.Ele falava francês muito bem, além do italiano. Minha mãe dizia, que os 1os. filhos nasceram quando moravam no centro do Rio, na rua Senador Pompeu. Mais tarde,
ele fixou residência no bairro de Rocha Miranda, onde comprou um imóvel para residir com a família que já estava aumentando. Ele tornou-se um comerciante,pois comprou um pequeno restaurante na plataforma da Estação de Rocha Miranda(ferroviária). Antes deste episódio, ele também trabalhou como enfermeiro da Santa Casa de Misericórdia. Cuidou do Cardeal Dom Sebastião Leme. A tia Holanda ainda guarda até hoje, uma carta de agradecimento do Cardeal Leme, para o jovem enfermeiro Marcos,como ele se referia ao meu avô.Ele foi também confeiteiro da Casa Colombo. Voltemos à Rocha Miranda. A família morou por muitos anos neste bairro numa rua chamada Estrada do Sapê.Muitos anos mais tarde ele vendeu este imóvel e comprou e fixou residência em Terra Nova, na Rua Cincinato Lopes, 144, onde os filhos mais novos, as gemeas Leonda e Leanda e o Bruno nasceram, e ele viveu até morrer. Sérgio, os pais dele eram italianos,Carlo e Angela. Ele tinha um irmão que residia em Bangu. Seu nome era Felix Barzani de Marcos. Minha mãe conta, que após o falecimento do vovô, nunca mais souberam deste
Felix. A falecida tia Hilda, minha mãe, e a falecida tia Mulata, foram as
únicas que casaram no religioso. Os casamentos foram na Igreja de São Benedito em Pilares. O bairro de Terra Nova já não tem mais este nome.Acho que a rua Cincinato Lopes, agora, pertence a Pilares.

Os filhos que estão entre nós são: Paschoalina, Holanda, Leonda e Bruno.O Victor faleceu mês passado. Estou deixando meus contatos e terei o maior prazer em atendê-lo.

Um abraço.Dê um beijo na minha prima Nathercia.
Ione

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Barzani no Orkut

Recebi uma mesagem da Angel, neta do Victor Barzani de Marcos, irmão da vovó Leonda e filho do nosso Giacomo!

domingo, 2 de agosto de 2009

Pesquisas no Brasil

Vamos fazer um update do blog com as novas informações do Brasil, senão a gente se perde.

1) No Arquivo Nacional foi feito pedido de busca do RNE de Jacomo Barzani de Marco e variações do último sobrenome (de marcos, marcos, de marques), mas não veio nada;

2)No arquivo nacional foi encontrado o processo de habilitação de casamento de Hilda Barzani de Marcos, filha do Jacomo;

3)Não foi encontrada a habilitação do casamento do Jacomo em 1912, nem o processo de retificação do nome dele em 1938 (que consta anotado na certidão de casamento). Essa pesquisa foi feita apenas nos terminais do AN;

4)Na certidão de nascimento da vovó Leonda em 02/06/1935 e na de casamento em 04/07/58 os sobrenomes são DE MARQUES;

5)Foi encontrada no AN a escritura de compra da casa pelo Jacomo em 1923! O nome dele consta Jacomo BAZANI de Marco. O documento é veramente ilegível, mas encomendamos a transcrição a especilistas do AN e estamos aguardando o resultado. Se ele comprava uma casa ele tem que ter registros!;

6)No site do Arquivo Nacional é possível pesquisar as Bases de dados Ofício de Notas e Acervo do Judiciário. Nelas, pode-se procurar inclusive por parte do nome (como zani) em registros antigos dos Oficios de Notas e do Judiciário Fluminense. Encontrei uma compra de imóvel em nome de Carlos BAZANI, no Rio de Janeiro, em 1927. Esse é pode ser o Carlos pai do Jacomo, embora para isso já devesse estar com uns 70 anos. Após isso, procuramos os dois com o sobrenome Bazani no site do Ministério da Justiça e... achamos a naturalização em nome de Carlos Bazani, italiano! Como deu positivo, agora o MJ vai pesquisar e fazer contato por email. Nosso Protocolo: 000.546.935.891/2009. Se ele for mesmo o pai do Jacomo, o que é bem possível, isso pode explicar não estarmos encontrando o RNE do Jacomo. Se o pai se naturalizou, pode ser que ele não precisou mais se registrar como estrangeiro. Pelo que vi não haveria problema para cidadania italiana pois a naturalização aconteceu posteriormente ao nascimento do Jacomo. No casamento em 1912 parece que ele assinou Barzani, mas nesse registro de 1923 já é mais parecido com Bazani, embora tenha um certo enfeite no z que poderia ser um r.

7) Conforme o site gens italia, o sobrenome Bazani é também bastante raro e igualmente proveniente apenas da Lombardia (5 comuni). Já Bazzani é bem comum, tem em 383. No site memorial do imigrante tem 3 registros de famílias, embora nenhuma relacionada a Carlos, Giacomo ou Angela. Achei esse site sobre Bazani que é completamente comercial mas é legalzinho. Existe um blog de Bazani brasileiros. Já havia tentado falar com eles mas nunca respoderam.


A fazer, por ordem de prioridade:

a)Ir novamente ao cartório onde foi celebrado o casamento, de posse da certidão e das folhas do microfilme dos mórmons, para tentar localizar a habilitação, que era feita perante o oficial, e ver o registro da retificação de nome, em 1938, se tem referencia a algum processo.

b)Ir ao IFP com as certidões e a escritura de compra de imóvel, para tentar localizar registro de identificação civil;

c)Pegar a transcrição da escritura de compra no AN e Pesquisar a escritura de compra feita pelo Carlos Bazani (acima) procurando qualquer identidade ou RNE e ver também o endereço da propriedade, pedir cópia. Depois pedir a pesquisa de RNE de Carlos Bazani e Jacomo Bazani, ambos com as variações só Bazani, Marcos, De Marcos, De Marco, De Marques.

d) Pedir a pesquisa de óbito da Santa Casa de Misericórdia, anexando a certidão de óbito e uma explicação de que é uma pesquisa a respeito do antepassado e não para óbito, pedir para constar tudo que estiver no registro, especialmente local de nascimento e eventuais informações sobre batismo. Pode aproveitar e escrever também pra pesquisar os registros de pessoal sobre essa história de que ele trabalhou lá. Custa 65 e pode dar entrada no protocolo.;

e)A vovó Leonda casou no religioso? Foi batizada? Alou, preciso saber isso gente!;

f)Pegar os dados da entrevista da Holanda com a Selma;

g)Localizar e falar com o Bruno, que pode saber de bastante coisa e até ter documentos!

i)Tentar buscar mais uma vez no TJRJ os processos de habilitação, retificação do nome e inventário.

E vamos lá...

sábado, 25 de julho de 2009

Resposta

Recebi uma resposta às cartas que confirma mais uma vez que a região seria a Lombardia, provalmente Bergamo ou Brescia.
"Il cognome Barzani è tipico di Bergamo (Cologno Alserio e Morengo) quindi non saprei il ramo o ceppo famigliare della tua casta, considerando che il mio lo conosco tutto.
Ciao buona fortuna a tutta la tua famiglia."

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Google books search

Ao ver a sugestão em listas de pesquisadores, resolvi fazer a pesquisa da família Barzani em todos os livros escaneados pelo Google Books. Primeiro, usei o operador "- kurdistan, -etc" para exluir referencias aos Barzani que hoje são ligados ao presidente do Curdistão. Essa família barzani lidereva o movimento rebelde curdo no Iraque, no tempo de Saddam Hussei, e então existem infinitas referências na web. Isso feito, encontrei que o sobrenome poderia teria origem árabe, segundo Jewish Family Names and Their Origins. Significaria, como Barazani, aquele que toca um instrumento chamado Barasan, que seria uma espécie de trombeta! No entanto, parece que o livro não necessariamente lista nomes apenas de origem judaica, mas sim nomes que famílias judaicas possam vir a ter. Um exemplo é nosso outro sobrenome Avila. Segundo a publicação Davila seria "de Avila", cidade próxima a Madrid. Descobri que existem ao longo da História vários registros de judeus barzani ou italianos, seja em listas de vítimas de eventos como a perseguição nazista, ou de italianos vítimas da "repressão na USSR". Achei também essa curiosa referência na enciclopédia dell'antifascimo e della resisteza, mas não consegui descobir muito mais.

De mais interessante para a nossa pesquisa, existe:
a)Um P. Barzani em 1746 em Brescia que escreveu um livro.
b)Um livro, chamado Bagnolo Mella storia e documentii, no qual se faz também referências a um Barzani. Curioso procurei Bagnolo Mella no google e descobri que é um Comune italiano, também em Brescia! Mais ou menos a mesma coisa, a falar dos irmãos Barzani, esse livro, que aparenta ser um outro volume do 1o;
c)Esse livro também fala de um Pietro Barzani, de Brescia, que seria conhecedor de greco e hebraico e teria sido disciplo de Panagioti.
d)Novamente, a referencia ao Pierantononio Barzani, de Brescia, que seria conhecedor de grego. e finalmente o livro que escreveu.
e)Em Storia di Bergamo e dei bergamaschi encontramos referencia a um outro Pietro Ferrari Barzani, que teria sido morto em um assalto. Ele era de Treviolo, que por sua vez é um Comune de Bergamo.
f) Em Memorie storiche della diocesi di Brescia temos o registro de um Dom Barzani.
g) Mais uma referencia ao Pietro Barzani de Brescia, que tinha uma escola de retórica. Agora descobrimos que ele era na verdade de Bagnolo Mella.
h) Achei uma referencia aos Barzani na revista do Collegio Araldico (estudo dos brasões italiano. Escrevi a eles por email pedindo mais informações se possível.
i) "Registro no annuario delle finanze de 1876" Annuario dei Ministeri delle finanze e del tesoro del Regno d'Italia
j) Esse registro de 1902.
l) tem uma referencia a Vincenzo Barzani em Economia e società a Bologna nell'età del Risorgimento
m)Araldica: famiglia nobili bresciane
o) tem referencia no livro Povoadores de Antonio Padro, que é a cidade mais italiana do Brasil segundo a wikipedia. update: Era só uma parte do nome de uma cidade.
muitas outras referencias que nao estao disponiveis para visualizacao no interior..

A boa notícia é que já enviamos cartas aos arquivos tanto de Brescia como Bergamo, ambos da Lombardia, região onde tem mais Barzani hoje em dia também.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Saramago

Histórias da emigração By José Saramago
Que atire a primeira pedra quem nunca teve nódoas de emigração a manchar-lhe a árvore genealógica… Tal como na fábula do lobo mau que acusava o inocente cordeirinho de lhe turvar a água do regato onde ambos bebiam, se tu não emigraste, emigrou o teu pai, e se o teu pai não precisou de mudar de sítio foi porque o teu avô, antes dele, não teve outro remédio que ir, de vida às costas, à procura do pão que a sua terra lhe negava. Muitos portugueses morreram afogados no rio Bidassoa quando, noite escura, tentavam alcançar a nado a margem de lá, onde se dizia que o paraíso de França começava. Centenas de milhares de portugueses tiveram de submeter-se, na chamada culta e civilizada Europa de além-Pirinéus, a condições de trabalho infames e a salários indignos. Os que conseguiram suportar as violências de sempre e as novas privações, os sobreviventes, desorientados no meio de sociedades que os desprezavam e humilhavam, perdidos em línguas que não podiam entender, foram a pouco e pouco construindo, com renúncias e sacrifícios quase heróicos, moeda a moeda, centavo a centavo, o futuro dos seus descendentes. Alguns desses homens, algumas dessas mulheres, não perderam nem querem perder a memória do tempo em que tiveram de padecer todos os vexames do trabalho mal pago e todas as amarguras do isolamento social. Graças lhes sejam dadas por terem sido capazes de preservar o respeito que deviam ao seu passado. Outros muitos, a maioria, cortaram as pontes que os ligavam àquelas horas sombrias, envergonham-se de terem sido ignorantes, pobres, às vezes miseráveis, comportam-se, enfim, como se uma vida decente, para eles, só tivesse começado verdadeiramente no dia felicíssimo em que puderam comprar o seu primeiro automóvel. Esses são os que estarão sempre prontos a tratar com idêntica crueldade e idêntico desprezo os emigrantes que atravessam esse outro Bidassoa, mais largo e mais fundo, que é o Mediterrâneo, onde os afogados abundam e servem de pasto aos peixes, se a maré e o vento não preferiram empurrá-los para a praia, enquanto a guarda civil não aparece para levantar os cadáveres. Os sobreviventes dos novos naufrágios, os que puseram pé em terra e não foram expulsos, terão à sua espera o eterno calvário da exploração, da intolerância, do racismo, do ódio à pele, da suspeita, do rebaixamento moral. Aquele que antes havia sido explorado e perdeu a memória de o ter sido, explorará. Aquele que foi desprezado e finge tê-lo esquecido, refinará o seu próprio desprezar. Aquele a quem ontem rebaixaram, rebaixará hoje com mais rancor. E ei-los, todos juntos, a atirar pedras a quem chega à margem de cá do Bidassoa, como se nunca tivessem eles emigrado, ou os pais, ou os avós, como se nunca tivessem sofrido de fome e de desespero, de angústia e de medo. Em verdade, em verdade vos digo, há certas maneiras de ser feliz que são simplesmente odiosas. This entry was posted on Julho 17, 2009 at 12:01 am and is filed under O Caderno de Saramago.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

The family search - o site dos Mórmons

Fiquei de queixo caído com o trabalho dos mórmons! Eles acreditam que após a vida encontramos nossa família e que se deve fazer o bastismo dos mortos segundo sua fé. Por isso, simplesmente, os seguidores dessa religião vem microfilmando tudo, no mundo todo, que possa ter interesse genealógico, como atos de registro civil (nascimento, casamento, morte), arquivos de igrejas, listas de hospedarias de imigrantes, listas de serviço militar, etc. E por mundo todo você pode incluir aquela cidade no interior de Pernambuco, ou na Índia. Eles tem. Veja mais sobre eles no fim dessa reportagem da revista Galileu.

Como se não bastasse, estão com um projeto de scanear tudo e colocar na internet, chama-se Pilot.

Eles já tem na net todos os livros dos cartórios de registro civil do Estado do Rio disponíveis, de 1889 a 2006!

Não acreditando no que estava vendo, procurei o registro integral do casamento do Giacomo, de 1912, que a gente não tinha conseguido encontrar mais nem nem no próprio cartório!

Para isso, precisei aprender a correspondência das serventias atuais com aquelas que estavam indicadas na antiga certidão. Foi fácil com a tabela que encontrei no site do Colégio Genealógico Brasileiro:

Pasmem, eis o registro integral do casamento:




Nunca imaginei que algo assim pudesse existir. Notem a retificação do nome dele, por ordem judical, em 1938. Agora sabemos que no Brasil formamelmente ele ficou como Jacomo Barzani de Marco, o que facilita nossas buscas por outros documentos!

De mais, de interesse para nossa busca os Mórmons microfilmaram os registros do porto do Rio de Janeiro e da hospedaria de imigrantes da Ilha das Flores (clicar depois em view film notes).

Também copiaram todos os registros paroquiais das igrejas do Rio, inclusive de Inhauma onde ele faleceu e talvez tenha batizado alguns dos filhos.

Essas informações não são encontradas na internet, mas os microfilmes, que são como essas páginas acima, podem ser consultados gratuitamente em qualquer dos muitos Centros de História da Família.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Cartas aos Archivio di Stato da Lombardia

Enviei cartas iguais a 9 Archivios di Stato da Lombardia (Milano, Bergamo, Brescia, Como, Cremona, Mantova, Pavia, Sondrio e Varese). Quanto às províncias de Lecco e Lodi não pude achar os endereços dos arquivos!

Mandei por alguns motivos:

a) Pesquisei no site americano Ellis os Barzani que foram para os EUA e muitos deles eram de Milano;
b) A Lombardia é vizinha do Veneto e também foi uma importante região de onde vieram os italianos;
c) Carlos Nozari do site Massolindifiori me escreveu dizendo que achou um Carlo Barzani, nome do pai do Giacomo, porém casado com uma "Domenica Dubi". Já que a vovó Leonda mencionou que lembra de uma portuguesa, em algo bastante hipotético, poderia ser a italiana, verdadeira mãe dele, se a outra, digamos, seja uma portuguesa que conheceu no Brasil e que o tenha criado. Pedi os registros desses imigrantes. Eles são também de Milano...;
d) Por fim o site de genealogia italiana www.gens.labo.net/it indica que os Barzani são de fato muito pouco comuns, só presentes em 12(!) dos infinitos Comuni Italianos. A quase totalidade na Lombardia, como se vê nos mapas abaixo.





Fiz algumas alterações nas cartas. Para aumentar a possibilidade de resposta coloquei o nome do pai dele e expus que queremos variantes de barzani ou de marco.

Foto tirada de passagem por Pisa

Certidão Negativa de Naturalização

A Secretaria Nacional de Justiça recentemente disponibilizou a excelente facilidade de pesquisar e emitir instantaneamente a certidão negativa de naturalização:

É um ótimo serviço. Deixei a sugestão de que seja possível antes de gerar certidões propriamente fazer a pesquisa por sobrenome e obter uma lista de imigrantes, dentre os quais se poderia selecionar para efetivamente fazer a certidão.

Pesquisei todas as variações para o nome do GIACOMO, sem sucesso.

Variações pesquisadas: GIACOMO BARZANI DE MARCO, GIACOMO BARZANI MARCO, GIACOMO BARZANI MARCOS, GIACOMO BARZANI DI MARCO, GIACOMO BARZANI, JACOMO BARZANI DE MARCO, JACOMO BARZANI MARCO, JACOMO BARZANI MARCOS, JACOMO BARZANI DE MARCO, JACOMO BARZANI

Pesquisei também as variações do nome de seu pai e de sua mãe, também sem sucesso.

Veja uma das certidões negativas de naturalização:

Registro de Estrangeiro

Em 20.08.1938 publica-se o "decreto de Getúlio" , como ficou conhecido o Decreto 3.010/38, que determinou o Registro dos Estrangeiros residentes no país. Os prontuários de estrangeiro fazem parte do AN-Arquivo Nacional.

Todo estrangeiro residente no Brasil entre 1938 e 1942 compareceu a uma delegacia para preencher o Requerimento de Registro Permanente.

Para o maior de 60 anos ( art. 147 do decreto), o requerimento traz nome, data e local de nascimento, estado civil, filiação, profissão, endereço, data e local de desembarque. Para para o menor de 60 anos ( art. 149) , o requerimento traz, além dos dados acima, mais: nome do cônjuge, nacionalidade, idade, nomes dos filhos menores de 18 anos, nacionalidade, idade. Também na parte relativa ao desembarque, o imigrante tinha que informar o nome da embarcação e dados sobre viagens ao exterior que tivesse feito depois de sua entrada no Brasil.

Por que diabos o arquivo nacional não tem esse documento do Giacomo?

Ele estava no Brasil com menos de 60 anos durante todo o período. Esse documento seria muito bom, eles perguntavam TUDO ao estrangeiro sobre sua entrada, veja aqui uma cópia de um outro italiano:



No entanto, recordo que fiz a pesquisa indo ao Arquivo Nacional há alguns anos e a resposta foi negativa. Fiz recentemente um outro pedido pela forma eletrônica, mas ainda não obtive resposta.

Ir lá seria talvez melhor, fica perto da Presidente Vargas, no centro do Rio.

Cemitério

Seguindo as orientações para se começar qualquer pesquisa genealógica, também vejo em muitos sites a recomendação de se pesquisar os registros do cemitério.

"Também procure informações no cemitério onde foi enterrado o seu antepassado, geralmente nas lápides constam localidade e data de nascimento. "

Certidoes dos avós

Preciso que vocês no Brasil reunam ou busquem as certidões de nascimento ou casamento da mamãe, da vovó Leonda e de todos os outros filhos do Giacomo, pois algum deles pode conter informações.

"Nas certidões de seus pais há o nome completo de seus avós e local de nascimento deles. Você deve procurar (por telefone ou pessoalmente) o cartório da cidade onde eles nasceram que deve ter os registros de nascimento. Na certidão de nascimento de seus avós ou de casamento deles, você vai encontrar o nome de seus bisavós, e por sorte, local de nascimento deles. Proceda da mesma maneira. Claro que nem sempre esta informação está completa, porque depende dos documentos que apresentaram e a maneira como o escrivão registrou." De http://www.massolindefiori.com.br/genealogia/dicas_genealogia.htm

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Repostas às cartas

ARCHIVIO DI STATO - ROVIGO: Egregio signor Martins, mi spiace comunicarle che la consultazione delle liste di leva per le province di Padova e Rovigo, ha dato esito negativo per il nominativo in oggetto, anche per le varianti del cognome Barzan, Vanzan, Varzan. Cordiali saluti, Claudio Luciano. 13/07/09
ARCHIVIO DI STATO - VICENZA: L'Archivio di Stato di Vicenza le risponde con e-mail prot. n. 3037 del 20 luglio 2009 di non aver trovato nulla di simile nei documenti militari. l'archivista di stato, maria de gregorio. 20/07/09
ARCHIVIO DI STATO - FIRENZE: Faciento seguito alla Sua richiesta, si comunica che nonostante le ricerche eseguite in base ai dati forniti, non è stato possibile individuare il nominativo in oggetto nei ruoli dei militari della classe 1883. 20/07/09 * Firenze é na Toscana mas eu acabei pedindo porque estava hospedado ao lado do arquivo e pude visitá-lo.
*ARCHIVIO DI STATO - SONDRIO: Gentile Signor Martins, siamo spiacenti per non poter evadere la Sua richiesta ma, a causa di lavori di ristrutturazione della Sede, la documentazione per ancora due anni non è consultabile. Non appena possibile, qualora fosse ancora interessato, sarà nostra cura darLe tutte le indicazioni richieste. La saluto, Anna Maria Andriola
ARCHIVIO DI STATO - COMO: In evasione alla Sua richiesta spiace comunicare che l’indagine ha dato esito negativo. Per rintracciare la persona cercata, sono state consultate le rubriche della serie dei ruoli matricolari versate dal Distretto Militare di Como, ove sono registrati i nomi di quanti hanno svolto il servizio
militare. L’indagine è stata svolta per gli anni 1881, 1882, 1883 e 1884, ma il nominativo BARZANI non è mai stato riscontrato. Spiacenti di non poterLe essere maggiormente utili, si porgono cordiali saluti.Il Direttore Lucia Ronchetti 31/07/09.
ARCHIVIO DI STATO - PADOVA: Con riferimento alla nota che si riscontra, si informa la S.V., che dalla ricerca effettuata tramite la banca dati informatizzata presso questo Instituto, riguardante le Liste di leva di Padova, Rovigo e provincia, non è emersa alcuna notizia anagrafica in merito al nominativo in oggetto. Con distinti saluti. Il Diretore Dott. Francesca Fantini D'Onofrio.
ARCHIVIO DI STATO - TREVISO: (...) Le ricerche condotte sulle rubriche dei "Ruoli matricolari militari" per quanto riguarda gli anni compresi tra il 1882 e il 1883, hanno purtroppo dato esito negativo(...)Le liste di leva (...) fino all'anno 1902 compreso, è andata distrutta durante l'ultimo conflitto mondiale.
ARCHIVIO DI STATO - MANTOVA: Negativo, porém como muitas informações interessantes sobre Barzanis nascidos na região. Atualizar.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Cartas enviadas!

Hoje enviei daqui de Florença trinta e quatro (34!) cartas em italiano.

a) Os Archivio di Stato são como os nossos arquivos estaduais. Cada Província da Itália tem um. Neles, existe um documento anual chamado lista di leva, que contém a convocação para o serviço militar na respectiva Província de todos os jovens de 18 anos. Esse documento pode conter informações de filiação e Comune de nascimento(!).

Considerando que a vovó diz que Giacomo veio de Venezia e também que como se vê na nossa tabela o IBGE diz ser o Veneto a região de maior emigração, enviei cartas aos diretores dos 7 Archivio di Stato existentes em cada uma das Províncias da Região do Veneto (Belluno, Padova, Rovigo, Treviso, Venezia, Verona e Vicenza).

Agora vamos torcer! Veja aqui a carta enviada a Venezia:




b) Procurei todos os Barzani da Itália nas "páginas brancas" deles. Non ci sono tanti! Só tem 27 pessoas com esse sobrenome em todo o país. Enviei carta a todos eles, que moram em diversos pontos da Itália, mas em maioria no próprio Veneto.

Existe grande possibilidade de vários serem nossos parentes. Tomara que alguém possa lembrar do Giacomo e tenha interesse em manter contato.

Veja a carta enviada a Marco Barzani:

sábado, 16 de maio de 2009

Benvenuti a tutti!



Nossa saga no Brasil tem início com a vinda de GIACOMO BARZANI DE MARCO, nascido na Itália em 1883, filho de ANGELA MARZIGA DE MARCOS e CARLOS BARZANI MARCOS.

Aos 29 anos, em 1912, Giacomo casou-se no Rio de Janeiro com a brasileira ANTONIETA TAVARES DA COSTA, então com 15 (quinze!) anos completos. Veja a certidão de casamento!



GIACOMO e ANTONIETA tiveram 9 (nove!) filhos:

  • VITOR BARZANI DE MARCOS
  • ZETON (?) BARZANI DE MARCOS
  • HILDA BARZANI DE MARCOS
  • PASCHOALINA BARZANI DE MARCOS
  • WALDEMIRA BARZANI DE MARCOS
  • HOLANDA BARZANI DE MARCOS
  • LEONDA BARZANI DE MARCOS
  • LECONDA (?) BARZANI DE MARCOS
  • BRUNNO BARZANI DE MARCOS

GIACOMO era OPERÁRIO e faleceu de insuficiencia cardíaca no Rio de Janeiro, aos 1950, aos seus 67 anos. Veja sua certião de óbito.




Os italianos, como todos os demais imigrantes, deixaram seu país basicamente por motivos econômicos e sócio-culturais. No caso específico da Itália, depois de um longo período de mais de 20 anos de lutas para a unificação do país, sua população, particularmente a rural e mais pobre, tinha dificuldade de sobreviver seja no campo ou nas cidades. A economia italiana se encontrava debilitada, associada a problemas de alta taxa demográfica e desempregos. Por outro lado, na mesma época, com o sucesso da campanha abolicionista no Brasil, as prósperas plantações de café necessitavam cada vez mais de mão de obra livre.

"Itália bela, mostra-te gentil
e os filhos teus não a abandonarão
senão eles vão todos para o Brasil
e não se lembram mais de voltar
ainda aqui haveria trabalho
sem ter que emigrar para a América
o século presente está nos deixando
e o novecentos se aproxima
eles têm a fome pintada na cara
e para saciá-los não existe a medicina
a cada momento escutamos dizer:
e vou pra lá onde tem a colheita do café".

Canção dos imigrantes
(Final do século XIX)

Os primeiros imigrantes a deixarem a Itália na época da "grande imigração" (1870-1920), foram sobretudo os vênetos (provável origem de nosso Giacomo, segundo conta Leonda Barzani Avila!), cerca de 30% do total, seguidos dos habitantes de Campânia, Calábria e Lombardia.

Se os vênetos eram mais loiros do que a maioria dos italianos, eram pequenos proprietários, arrendatários ou meeiros, para quem a possibilidade do acesso à terra era um estímulo
decisivo para o empreendimento da arriscada viagem; os imigrantes do sul eram morenos, mais pobres e rústicos, geralmente camponeses que não dispunham de nenhuma economia e eram chamados de braccianti.

Emigração italiana para o Brasil, segundo as regiões
de procedência - período 1876/1920
Regiões de procedência Emigrantes
Vêneto 365.710
Campânia 166.080
Calábria 113.155
Lombardia 105.973
Abruzzi/Molizi 93.020
Toscana 81.056
Emília Romana 59.877
Brasilicata 52.888
Sicília 44.390
Piemonte 40.336
Puglia 34.833
Marche 25.074
Lázio 15.982
Úmbria 11.818
Ligúria 9.328
Sardenha 6.113
Total 1.243.633
Fonte:Brasil 500 anos de povoamento. IBGE. Rio de Janeiro. 2000

A grande massa de italianos que se tornava colono ou empregado de uma fazenda de café trabalhava em condições muito duras, tendo pequenas oportunidades de acumular algum capital. Eram proporcionalmente poucos os que realizavam o sonho da compra de uma pequena propriedade e quando o faziam, não se tratava de propriedades de grande valor.

Uma outra parte de imigrantes localizou-se nas cidades, adensadas por indivíduos que abandonavam o campo, reemigravam de outros países ou mesmo burlavam a vigilância, não seguindo para o interior. Dentre elas, destacam-se São Paulo, que recebeu o maior contingente desta nacionalidade, e o Rio de Janeiro com seus arredores, por ser a capital do país e um dos portos mais importantes de chegada de imigrantes.

No Rio de Janeiro, rivalizaram com portugueses, espanhóis e brasileiros. Em ambas as cidades os imigrantes italianos experimentaram condições de vida e de trabalho tão árduas quanto as encontradas no campo.


Na condição de operário, era muito difícil ao imigrante melhorar de vida, financeira e socialmente. Portanto, não era raro que italianos e estrangeiros em geral desejassem trabalhar por conta própria, realizando serviços e trabalhos típicamente urbanos nas maiores cidades brasileiras.

Apesar das dificuldades certamente encontradas para se estabelecer no novo mundo, GIACOMO conseguiu até mesmo adquirir propriedade imóvel, como demonstra seu óbito.

Envie pra nós QUALQUER informação ou documentos sobre os membros de nossa família! Um mero detalhe pode facilitar nossas buscas imensamente, pois buscamos também entender a história de nossos antepassados.

Arrivederti
Sergio